sábado, 4 de outubro de 2008


Tim Ingold

Tim Ingold tem 60 anos. É formado em Antropologia Social pela Universidade de Cambridge (1970) e doutorado na mesma instituição (1976). Sua tese foi sobre os Skolt Saami, que vivem no nordeste da Finlândia. Nela abordou o tema da adaptação ecológica, social, étnica e política dessa minoria em um contexto de reassentamento pós-guerra. Mais tarde passou a pesquisar grupos caçadores, pastores e agricultores do norte da Finlândia. Seu objetivo foi o de investigar esses grupos levando em conta sua relação com o ambiente. Esses estudos o levou a aprofundar o tema das relações conceituais entre humanidade e animalidade, intensificando produções acadêmicas dentro da antropologia econômica e ecológica.
Desde 1990 é professor de Antropologia Social pela Universidade de Aberdeen (Escócia). Possui um grande volume de artigos e livros publicados. Dentre os mais conhecidos estão:
A percepção do ambiente: ensaios sobre sustentabilidade, habitação e especialidade. Londres: Routledge, 2000.
A apropriação da natureza: ensaios sobre ecologia humana e as relações sociais. Manchester: Manchester University Press, 1986.
A razão para o texto:

> O que é o homem é uma das questões basilares da antropologia.
> Nas discussões sobre a polarização entre natureza e cultura ou homem e natureza, se apresenta a polêmica sobre o que é ser humano e o que poderia diferenciá-lo dos demais seres vivos.

>Muitos estudos atuais sobre essas polarizações tem como pano de fundo uma certa compreensão ou concepção do que é ser humano ou humanidade.

>Tim Ingold proporciona um aprofundamento sobre essas bases do pensamento antropológico e seus desdobramentos nos estudos atuais sobre grupos ameríndios das terras baixas da América do Sul.


As proposições e provocações do texto:

O que é humanidade?

Entender as noções de humanidade e de ser humano e suas conseqüências para a definição sobre os animais.
Pensamento ocidental mais recorrente: a animalidade seria “uma deficiência de tudo o que apenas nós, os humanos, supostamente temos, inclusive a linguagem, a razão, o intelecto e a consciência moral.”

Primeira parte do texto:
Homo sapiens – o homem como espécie biológica
A permanência da dificuldade de definir o homem com os mesmos critérios usados para as demais espécies

Segunda parte:
Duas noções de humanidade: como espécie e como condição

Terceira parte:
Enfrentando o problema entre o antropocentrismo e a tese gradualista.


Conclusão:
Necessidade de enfrentamento entre as duas concepções: espécie (seres humanos) e condição (ser humano).
Necessidade de reformulação da antropologia como ciência da humanidade, ou seja, que contemple a relação entre as duas humanidades: como “uma espécie biológica peculiar e suas condições sociais e culturais de existência.”
 
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